3 de outubro de 2010

Verde-amarelo


No meio do caminho tinha uma ilha
Tinha uma ilha no meio do caminho...
Tal como Gênesis, assim foi o começo de tudo...
Sem haver descanso no sétimo dia
Não é preciso descanso quando a raça é forte, quando a batalha é árdua
Numa luta que já dura 500 anos...
Uma nação viaja e se constrói ao sabor do cotidiano
Numa mescla de cores, sabores, povos, origens, humores
Sempre rumores de progresso na ordem do dia!
A história da conquista, o vislumbre das caravelas,
Verdadeira pintura nos mares de amores e temores...
Ah! Quanta história pra contar, quanta história por fazer, quanta história pra deixar...
Através de cronistas, relatos de não mero descobrimento
Retratos de sentimentos,
Deslumbramento!
Os habitantes de Vera Cruz passaram a não ser só índios na Terra de Santa Cruz
Mas tantos legados indígenas fizeram da terra do pau-brasil
A nossa terra, Brasil...
Miscigenação total, numa junção federal
E nessa mistura de povos, culturas e tradições
As raízes já estavam firmadas no solo dessa terra abençoada
Ah! Brasil...
Quem te conhece não esquece jamais
A pátria bate feito um coração alucinado
No peito de um povo sofrido, marcado...
E assim, brava gente, modelamos este espaço
Cheio na “nações-nalismos”
De um jeito tão brasileiro!
A construção dessa pátria faz-se no suor da esperança
Que rega sonhos e move mundos...
Mundo, vasto mundo,
Graças aos Josés, Marias, Raimundos,
Estabelecem-se as regras desse jogo da vida
Grandes histórias contadas por grandes homens
Tantos risos, tantas lágrimas, tanto sofrimento...
E, dos ecos desses lamentos, faz-se o cimento que une, dia após dia
Os tijolos do nosso passado, presente e futuro
Não importa qual seja a porta
Se de cortiços ou de mansões
Uma porta é sempre uma porta
Com função às vezes torta
De nos abrir uma brecha, uma réstia de esperança
Verde, azul, amarela ou branca
Feito brasa, chama acesa no céu forte, varonil
Arde, Brasil!
Os pés que pisam teu solo muitas vezes pedem colo
Tanta lida, ilusões vãs
Sonhos vivos sempre brotam, germinando em tantos poros
E o fruto torna-se utópico em realidades tão distintas...
Uma ao norte, outra ao sul...
Não há verdade que cresça e cada vez mais se fortaleça
Se não houver ousadia para enfrentar desafios
A ousadia do amor de corações de homens apaixonados
Empenhados em retratar tantos perfis
É a história pela história
Ainda tanto por vir...
Só podia ser assim
Não é fácil o berço esplêndido
Impossível deitar eternamente
Eterna é a vibração, pulsar infinito, ar dos pulmões
Nas entranhas desse povo que é sempre novo
Nas páginas redigidas cotidianamente
Nessa história de bravura ainda em construção
Os protagonistas anônimos atropelam-se por ruas, calçadas, praças, becos...
E se és mãe gentil dos filhos desse solo
Filhos de tantas vocações,
Artistas de tantos engenhos
É só a ti, mãe gentil, que nos resta enfim dizer
Obrigada, Brasil!

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