22 de janeiro de 2011

Plenos


No abraço inteiro que nos damos
alcançamos o mundo além de nós
Viagem absoluta
ao encanto necessário
que mantém vida dentro e fora
da nossa eternidade...
Que não peçam explicações!
Quem disse que é necessário explicar o amor?
Olhos diversos não podem jamais enxergar a mesma paisagem...
Mas nossos olhos, um na alma do outro
enxergam a promessa que fizemos
antes de aqui nascermos:
Sou seu anjo
És minhas asas...
Só unos alçamos o vôo da restauração...

14 de janeiro de 2011

Artigo de luxo...


Por que não vendem nas prateleiras
chás de ser feliz a vida inteira?
Só tem os de cidreira
camomila e melissa...
O que acalma aos sedentos
é alegria coada
em carrosséis azuis
verdes e amarelos...
Chás de paz por dentro
desembolorando
corações mofados...
Chás de almofadas
pra almas coloridas
pelos tombos desbotadas
descansarem serenas
pelos chás apaziguadas...

13 de janeiro de 2011

Tênue


Somos todos seres
Sonhadores
Caçadores
Seres somente são sãos
Se assim o forem...
Sãos na loucura pessoal
Inculcada em cada nó de nós
Sãos da sobriedade intacta
Volátil diante de formulação exata
Inexiste exatidão nos insanos sãos que somos
E somem em nossos próprios desvãos
Desejos ocultos
Olhares cegos em nossos íntimos desvelos
De sermos
Nada sãos...
E se se mensura a loucura?
Ela é pura
Ela é crua
Ela é nua
Ela é minha
E também é sua...
Mensura-se a loucura
Pelo livre que ela surge
E torna sãos
Os que loucos pouco são
Não se atravessa a rua
Onde residem tão íntimas
Sanidade
E loucura...

6 de janeiro de 2011

Fio da meada...


Procuro a ponta exata
do fio dessa meada
que desembolará o novelo
com desvelo e com paixão
A ponta dessa sina
levada a ferro e fogo
desnorteando a trilha
pondo marcha ré a cada lance do jogo...
Procuro a ponta exata
do fio dessa meada
que atrapalha os alinhavos
e entrava a fluidez
Insensatez fiel
do cego amor cruel
que sutura pontos profundos
na alma sem calma alguma
e ruma sem rumo decente
descrente
sem lentes reais,
apenas focos letais
eliminando vestígios das crenças necessárias
ao broto sedento de vida...
Se há ponta no fio
dessa meada perdida
é possível que ao puxá-lo
desenrole o desconexo
e ainda haja tempo
no descuido vão momento
de terminar a contento
a partitura dessa melodia
pra tocar a vida em frente...