20 de março de 2014






Despedir-se é sensação de orfandade,
Sem “morte morrida” de verdade...
Orfandade que se entristece pela ida (vácuo!)
Que se extasia pela ida (celebração!)...
porque há idas não definitivas no coração da gente,
idas de jornadas eleitas...
Quem vai deixa rastros de leveza
se foi bom, e fraterno, e nobre, e diferente num mundo de diferenças...
há os que marcam por serem simples e gratuitamente humanos
humanitários,
há quem vê enxergando (são tão raros!)
... e nos caminhos que fazem deixam órfãos pelos caminhos,
órfãos de sensações protetoras, órfãos de sensações empáticas...
Vão-se e deixam-se...
E nem é preciso ter feito uso de muitas palavras para que marquem,
Nobreza não é feita de palavras: olhar, mão, compreensão...
Segue a vida em seus paradoxais (des)encontros:
Não perdemos, se aprendemos com os que se vão,
ganhamos certezas, cumplicidades e ausências...
aprender que poucos são realmente o que são...
Há de haver anjos bons em toda parte
(aprendi isso com as orfandades colhidas nos caminhos...)
E aos bons anjos que alçam vôos maiores,
Vida leve, merecimento, alam-se em novas e nobres missões!
Deixam lições a quem teve a boa sorte em vê-los (e enxergá-los)...
É bom ser órfão nessa situação,
É ser privilegiado ( e poucos o são)
com encontros que valem a pena
E sinalizam que Deus está no comando,
enviando anjos e suportes
a quem chega e a quem vai trilhar outros caminhos...
Luzes do Bem não se apagam,
Voam e inundam,
Porque precisam luzir...
Despedir-se é entender
que às vezes somos nós que vamos, às vezes somos os que ficamos...
órfãos somos,
quando amamos...

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