E ela resolveu mudar o rosto
ficar diferente,
talvez atraente
ver se virava um imã...
...Mudou várias vezes
e quase não mais se via em si...
Realçava os olhos
que já há muito a verdade não viam...
Realçava a boca
que há tempos
não dizia de si...
Era um jeito artífice
de fazer dela
uma isca
pra quem sabe ser notada..
E foi se modelando
ao que julgava que ele queria
E mudava sempre
porque ele sempre mudava
E ela se buscava:
Onde mais podia,
o que mais devia
refazer em si?
Trocou de cabelo,
trocou de estilo
Apelou pra tudo
E ficou sem nada...
Quanto mais mudava
menos era vista
E nem ela mesma
mais se encontrava....
Porque na verdade
sua face oculta,
íntima em seu peito
o que ela era,
sua essência pura
nessa sua loucura
ela não mudara...
Ela era sempre
O que sempre fora
Só ela não via
o quanto era bela
sendo ela
sendo ela
Oh, quão bela narcisista! Quanta beleza há numa essência feminina, que transcende as aparências que os esteticistas insistem em querer imprimir, feliz quem mergulha dentro de si e desvenda a beleza do seu eterno interior, quando cantas em teu poema: Ela era sempre / O que sempre fora / Só ela não via / o quanto era bela / sendo ela /sendo ela. Parabéns Sil Tondado! Acredito que tens a certeza de que já desvendaste esse poder de beldade que há em ti! Ósculos poéticos!
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