Eis aqui palavras nuas, despidas de qualquer censura, despidas de quaisquer pudores: palavras-retrato de uma jornada intensa pelo mundo dos que sonham... PaLAVRAS que lavram o solo da alma de quem vê a lua nua, seja noite, seja dia.
1 de novembro de 2010
Asa
Pegou o vaso mais belo e a terra mais fértil. Encheu-o assim, como uma menina enche a boneca de mimos, de enfeites. Jogou bem ao centro única semente de girassol. Levou o vaso ao muro no fundo do seu quintal azul, colocou-o ao pé de suas virtudes e esperou brotar.
Cuidava da terra, aguava, afofava, esperava. Limpava ervas daninhas, menina boazinha, sozinha... Esperou o tempo. O girassol não vinha. Esperou o tempo e o girassol não vinha...
O tempo passou lento. A menina passou o tempo. Cuidou do vento. Cresceu mais que o vaso. Esqueceu a planta que foi plantada e que não saía. Só a menina crescia só crescendo.
Um dia, brotou ali uma lagarta verde. Uma lagarta verde, na terra marrom no vaso cinzento e mofado. E a lagarta verde virou borboleta, com girassóis desenhados nas asas. Mas a menina não viu. Já não era mais menina...
A borboleta voou, até um quintal de girassóis...
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Difícil encontrar poesia boa, as suas são de leitura fácil, pequenas delícias, são curtinhas mas causam grande efeito. Gostei to seguindo o blog, passa lá no meu, são crônicas, espero que goste também.Beijos!
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