Embrulha-se um coração,
põe-no um laço feito de vida,
entrega-o de presente
a um passante descuidado:
somente pelo coração dado observado...
Presente que não se abre
nem se percebe
talvez nem se recebe...
O laço feito de vida
na fita do tempo
desfaz-se lento...
Mofa-se o acalanto num canto...
Evita-se olhar
para não sofrer pelo desencanto...
Desencoraja-se de dele se desfazer
Acostuma-se, na verdade, a sofrer
Se se tira dali a dor,
Onde se põe, enfim, o amor?
Embrulha-se um coração
que morreu em vida...
Aceita-se, hoje,
que um sapo venha beijá-lo...
Prontuário/receituário:
ResponderExcluirUsar um desfibrilador em baixa potência, porque a doença (sensação cardíaca encaixotada) é enfermidade mais corriqueira que se imagina e em nada estranha ou esquisita. O presente é valioso.
Beijo, poeta.
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
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