12 de outubro de 2010

Criança


Quero reencontrar hoje
a criança que existe em mim
Aquela que me acompanhou nos melhores dias de minha vida:
Sonhante
Brilhante
Cativante
Brincante...
Ela saltitou tanto,
projetou tanto
E fui deixando-a seguir...
Sua alegria inata
percorria todos os meus instantes
desenhando em mim risos,
nuvens,
forças inovadoras,
motrizes,
matizes...
Vem, criança!
Mostra como é mesmo abraçar o mundo!
Perpetuar segundos,
pintar caminhos com pés descalços
pra pisar a relva do futuro todo azul...
Pra buscar tijolos de chocolate,
erguer castelos,
ganhar da bruxa malvada,
ser fada!
Quero encontrar você de novo, criança minha
e me reformar todinha,
fazer morada nova dentro de mim,
voltar a ter fé,
rezar pra Nossa Senhora Aparecida
de mãos unidas,
confiante em que o pedido chega ao Papai do Céu
“Pai do Céu, de Amor, me proteja
e derrama bênçãos sobre todos os meus”
Criança minha,
faz do meu olhar estrela guia,
outra vez!
Feito missa de domingo,
Me põe de novo bela, inocente
Põe sabor de bala em minha boca
Põe sabor de surpresa no guaraná gelado
Põe no pique esconde minhas desilusões:
“Desilusão, moça? Que isso?”
Pergunta mil perguntas
Incita-me a escrafunchar o mundo, descobri-lo todo de novo!
Quero encontrar essa criança arteira
que se escondeu de mim
pra dizer pra ela
o quanto eu aprendi
enquanto ela esteve aqui,
junto com Nossa Senhora
me fazendo passear nas esperanças
comendo algodão doce
sem medo de ser feliz!

Um comentário:

  1. Fez pensar...
    Acho que em muitos aspectos fui tão pouco criança, amadureci à força, quase que a fórceps, e pouco fui leve.
    Mas é preciso manter a criança interna viva, correr atraz ou atrair, cultivar, reviver. Fiz um pouco disso ontem e foi ótimo.
    Beijo grande, poeta.

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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