25 de abril de 2013




Quantas vezes
dividia os pedaços
para somar algo de si
no diminuir do dia?

Perguntava
e a si mesma respondia...
Apostava
e de si mesma perdia...
Enxergava
e nem assim se via...

Quantas vezes
esperava sabendo que nada viria?
Escrevia
ciente de que ninguém lia...
Soprava forte
mas a vida não enchia...

Seguia...

Passos largos
Passos curtos
Espaços em branco
Turvos...

A cada ausência de respostas
um pedaço de si ficava
Na beira da estrada
largada
semente plantada...

Um dia
sabia
colher-se-ia a si
Pedaços de desilusões
floresceriam canções
ou poemas
Adornariam a estrada
para as outras jornadas...

E avante
caminhava
radiante ou magoada
nem importava...
A história se escrevia
e só por isso
já valia...

Às vezes
divisões
somas ou multiplicações
são formas únicas
de a deixar um todo inteiro...

24 de abril de 2013




Exato
Extático
Excêntrico
Exemplo
Exímio
Expulso
Extenso
Exulto
Exorto o tempo
Explode atento
Exíguo espaço dentro de mim...
Abrigo o imenso
O denso
O todo
O tudo
Enfim...
Extrai!



O infinito existe
Sempre que uso olhos infantis diante da vida
Enxergo bolhas coloridas
A cada aprendizado oriundo de uma mentira...
O infinito existe
Sempre que dou a mão para a criança que me reside
E a deixo me conduzir
Para o alto dos montes
E lá de cima me faz enxergar meus sonhos
Planta-os de novo
Como eu fazia
E ela ainda faz....
O infinito existe
Na eternidade do sorriso puro
Nos olhos que abrigam esperanças
Nos corações que escondem medos
E escolhem a curiosidade das infindas descobertas positivas...
O infinito existe na lembrança de fazer um laço
Aprendendo a amarrar o cadarço do sapato em cada passo
E esse simples gesto
Dando a sensação de autonomia...
Na geografia que namora o tempo
E eterniza tudo o que aprendi um dia