Aprisionei esse silêncio numa gaiola
para impedir que ele continuasse dizendo
tudo o que eu não mais queria ouvir...
preso ele me olhava
atirando-me lembranças gastas
que eu guardava em meu sagrado...
Nem as sabia tão velhas,
cheias de mofos e mentiras...
eu as conservava tão bem ali...
Vistas da gaiola
eram velhas e feias...
e sob a ótica da minha liberdade
eu as enxergava azuis...
As grades dividiam cada emoção em várias partes
e delas saía sangue e saudade...
eu nunca as vira assim
sentada junto à grade que me separava de mim...
Contava ao silêncio minhas histórias
alto
para ver se ele finalmente se calava e me ouvia primeiro...
ecos do nada ressoavam por todo canto
e o encanto de que eu tanto cuidava
era cinza
era pó
esvaía-se
nas dobras do tempo que escorria pelo relógio da ausência...
Eu me agarrava ao infinito ínfimo da crença,
e o silêncio ria enaltecido
de tudo o que eu fui
e não deveria ter sido...
Adornei a gaiola com minhas quimeras,
primaveras
esperas...
e aquietei-me vendo meus sonhos lá dentro, batendo asas pra lugar nenhum...
Olá, Poetisa minha!
ResponderExcluirCerta vez escrevi que havia ouvido o Barulho do Slêncio, pois eu estava perturbado, a ausência de alguma coisa me rondava, então denominei-me: POETA POR AUSÊNCIA, pois sempre nos falta algo porque toda completude é o fim, por isso me agarro também
"AO INFINITO ÍNFIMO DA CRENÇA" taciturno de Esperança!
Ósculos poéticos!
Em lampejos poéticos lançamos para fora o que transtorna a alma e como espelho a vida nos devolve os pensamentos mostrando que a gaiola antes vista nada mais é que a nossa própria PELE.
ResponderExcluir