Tinha uma ponte
ao meu lado
que insistia em me atrair
Eu caminhava,
ela também
Me olhava...
Travessia lenta
entre mim
e o não...
entre o sim
e a perdição
Tinha uma ponte
apontando outro caminho
Rindo
Vindo
em direção avessa...
“Obedeça... obedeça...”
E eu não...
Meu chão ao lado
Meus pés pregados
Linha reta
Sem cessar...
Tinha uma ponte todo o tempo
Em toda minha jornada
Acenava
Seduzia
Encantava
Eu não ia
Cobiçava
Tinha uma ponte
“Atravessa
Não tropeça
Travessa...”
Avante eu ia...
Ela ao lado
Ponte infinda
Mar sem água
Vida inteira
eu passava
porque ela
me levava
e eu nem sabia...
Não era ela a margem
À margem
Eu que ia....
Olá, poetisa minha!
ResponderExcluirGosto dos teus poemas, pois sempre vejo imagens neles. Por exemplo, neste vejo uma máxima de Guimaraes Rosa que diz: "dificl não é a partida nem a chegada, mas a travessia" justamente a travessia de tua ponte e também vejo uma releitura do seu conto "terceiro margem do rio" já o leu? Acredito que sim. Realmente estamos sempre sempre a ir à margem... de algo ou de alguma coisa.
Ósculos poéticos!