A partir daquele dia resolveu andar sempre de ré, tentando reparar erros ou finais não tão felizes... Engatou a ré e deixou-se ir... ia revendo cenas, expectativas, pessoas. Deu-se conta de seus planos tontos, pôs a mão em sua consciência passada, acordou-se pra novas propostas e ia seguindo-voltando.
Cada coisa tinha feito de esquisita! Cada decepção tão doída! Cada riso abafado... mas também viu lágrimas de alegria, conquistas boas, nem estavam ainda mofadas pelo tempo (tempo não mofa lembrança boa...); olhou as felicidades conquistadas e conseguiu ver-se não tão pouco quanto achava... teve ganhos, havia sim lucros em seus sonhos...mas nem era materialista, deve ter deixado os lucros nalgum canto de seu enorme coração pueril...esses eram os maiores ganhos...
Foi indo, cada desengano! Cada ato impensado! Cada precipitação! Cada sofrimento em virtude dessas pequenas-grandes-incomensuráveis atitudes!
E ia refazendo, já sabia o que havia sido, portanto, mexia aqui e ali em suas posturas, pra que os resultados fossem diferentes...
Resolveu, então, engatar outra marcha e voltar ao ponto de onde partira, ver o que sucedia depois de suas modificações...
Susto: na volta, via-se uma pessoa infeliz, reprimida, forjada, sufocada, sem chances de crescer...aquela em que ela mexera, ela mesma, não mais era ela. Não mais havia espontaneidade nos gestos e nada aprendera no fim...morreu em vida, nem tinha memórias a recordar.
Súbito pensou: e agora? Quem encontraria quando chegasse ao lugar de onde saíra?
Não se podem podar os equívocos...eles são a margem do rio que nos torna o que somos.
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