10 de dezembro de 2011

Leme




É preciso soltar as amarras para vir à tona,
é necessário jogar âncoras para aportar...
Cada qual sabe em que cais deseja estancar sua sede de vida
ou se içar velas ainda será e será...
Quando se está no fundo do poço,
por mais cordas que se lancem,
por mais mãos que se estendam,
somente a própria mão que está no abismo
pode a si se salvar
estendo os braços para ser tirado
ou olhando apenas
sem se permitir...
Nessa nau em que vamos,
bússolas que somos,
elegemos os mares para o qual partimos
ou a ilha da qual não saímos...
No abismo de qualquer imensidão,
no mais profundo,
criaturas escuras buscam pelo vácuo com destino ao nada...
Na claridade que permitem os espaços etéreos,
borboletas e beija-flores bailam
porque à superfície podem suas asas voar...
e ainda que estrelas só se vejam à noite
e cometas cruzem a escuridão
só podem ser belos e admirados
porque se destacam,
porque lumes são...